ARTES DE FRONTEIRA hibridismos e experimentações

Uma leitura expandida do material de PERFORMANCE e VIDEOARTE no Arquivo Multimeios do CCSP

Arquivo para museu

Walter Silveira

O video deixou de ser aquele programa com começo, meio e fim para ser uma coisa em que a discussão do espaço/tempo está mais embutida no trabalho. O lugar de colocação desses trabalhos seria nas galerias, nos museus, no Centro Cultural e em festivais.

Walter Silveira, p. 4, TR2133

1990

Walter Zanini

A 1ª exposição de 1976 do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, será inaugurada a 18 de janeiro próximo, na Kresge Art Center Gallery, da Universidade de Michigan. (…) Decidiu o Museu enviar uma delegação composta por 15 artistas que pesquisam novos meios de comunicação. (…) Participarão da mostra Anna Bella Geiger, Julio Plaza, Regina Scalzilli Silveira, Cildo Meirelles, Barrio, Carlos Zilio, Gabriel Borba, Artur Matuck, Marcello Nitsche, José Roberto Aguilar, Paulo Herkenhoff, Ivens Machado, Bené Fonteles, Sonia Miranda e Gabriel Georges Bonduki. (…) Nenhum deles está imobilizado em determinado tipo de técnica. A maioria propende para os processos que estão redimensionando a fenomenologia da imagem, ou seja, aqueles que se desenvolvem no tempo. Mas a instauração da mensagem no espaço é sempre objeto de preocupação para todos. Eles utilizam a fotografia, o silk-screen e outras modalidades de impressão, o filme 8 mm, o diapositivo e raramente, por hora, o vídeo, pesquisando suas disponibilidades expressivas intrínsecas ou valendo-se deles como registro de ação. Nesta atividade dialetizam o conhecimento intermitentemente construtivo/destrutivo da época que vivemos.

Walter Zanini, p.1-2, DT 2600

1975

Cacilda Teixeira da Costa

As instalações de video ficaram cada vez mais complexas e constituem certamente a possibilidade mais rica que se oferece hoje aos artistas que trabalham com video no circuito de galerias e museus. Essas instalações, quando elas realmente estão bem realizadas, quando elas têm arte, quando elas servem como meio de alguma coisa, têm um significado  (…), elas estabelecem um diálogo entre espaço e tempo em todos os aspectos (a luz, o som, a cor), as possibilidades diferentes de percepção da imagem se integram. A instalação não é o que mostra o video nem é o que você ouve, mas seria você conseguir uma integração entre todos esses aspectos e, principalmente, essa possibilidade diferente da percepção.

Cacilda Teixeira da Costa, p.11, TR 2130

1990

Cacilda Teixeira da Costa

Esses videos de artistas desde o começo foram muito difíceis de se colocar. A aspiração dos artistas era que eles fossem veiculados pela televisão comercial, mas isso é dificílimo. (…) A televisão comercial não é o meio, não é o canal para o video de artista. Assim, ele começou a ser veiculado no meio das artes, nas galerias, nos museus (…).

Cacilda Teixeira da Costa, p.2, TR 2130

1990

Cacilda Teixeira da Costa

Toda publicidade em televisão é extremamente influienciada pelas obras dos artistas, então, o que centenas de milhares de pessoas assistem na televisão, de uma certa forma é fruto de muita coisa que é criada por aqueles artistas cuja obra é passada no museu para um pequeno público.

Cacilda Teixeira da Costa, pg 12, TR2131

1990

(acerca de videoarte)