ARTES DE FRONTEIRA hibridismos e experimentações

Uma leitura expandida do material de PERFORMANCE e VIDEOARTE no Arquivo Multimeios do CCSP

Arquivo para presente

Walter Zanini

Fluxus é história, mas também é presente; em suas performances desenvolveram diversos conceitos de arte, conduzidos pela idéia da participação do público, conscientizando-o de que as ações do Fluxus estão ao alcance de qualquer um.

Walter Zanini, Catálogo da 17ª Bienal, 1983

in Lygia Arcuri Eluf, p.22, DT 3604.

1987

Walter Zanini

O campo especulativo do video mistura-se com a substancialidade da TV na exploração da realidade. Mas sua problemática inverte o que passou a ser a necessidade condicionada de consumo do telespectador, ou descerra campos insuspeitados e imprevistos à utilização do tubo de raios catódicos. Suas origens estão sensivelmente na compreensão da arte enquanto fenômeno acoplado à existencialidade, da arte enquanto um processo de atividade e, portanto, não mais conduzida pela exigência física da produção de um objeto, da arte que se pressupõe como um sistema colocado na perspectiva dos meios mais válidos da comunicação do presente (…).

Walter Zanini – I encontro internacional de Videoarte de São Paulo. CA810

1978

Walter Zanini

Todo potencial da televisão dirige-se à apreensão da realidade nos mais penetrantes aspectos de sua imediaticidade. As qualidades estruturais específicas da TV tem sido estudadas frequentemente na análise comparativa com o cinema. Um depoimento de Frank Gillette refere-se às naturezas intrínsecas da luz do cinema e da luz do video: nesta “você olha na fonte da luz, e no filme você olha com a fonte da luz” (conforme Willoughby Sharp). Os contrastes que separam a rapidez da informação proporcionada pelos recursos eletrônicos da televisão da lentidão de transmissão a que obriga a natureza química do filme, a intensidade do presente registrado na fita magnética e a aura de passado que fulge mesmo nas atualidades cinematográficas, a forma de comunicação direta da TV em oposição à aura de ficção de que o cinema não escapa até nos seus próprios desvelos realísticos, o feed back possibilitado pelo video e a mensagem sem retorno do filme, a informalidade e a intimidade de apresentação de um programa de TV, determinada pelo seu pequeno screen, contrapostas ao cerimonial da apresentação do filme, herdeiro da cena italiana – compõe esse corpus geral da antinomías linguísticas entre os dois media.

Walter Zanini – I encontro internacional de Videoarte de São Paulo. CA810

1978