ARTES DE FRONTEIRA hibridismos e experimentações

Uma leitura expandida do material de PERFORMANCE e VIDEOARTE no Arquivo Multimeios do CCSP

Arquivo para Autora – Silvia Fernandes Telesi

Silvia Fernandes Telesi

A transformação de elementos de outros veículos define a performance como uma linguagem artística interessada na reversão das mídias. Ela toma suas técnicas, observa-as e as modifica pelo acréscimo de novos significados ou pela subversão de seus usos.

Silvia Fernandes Telesi,     p.6,   DT  3876

1990

Silvia Fernandes Telesi

Como o performer mostra em cena características pessoais, idiossincrasias, acaba conseguindo inventar um vocabulário próprio, resultante do desenvolvimento de suas habilidades psico-físicas.

Silvia Fernandes Telesi,    p.6,   DT 3876

1990

Silvia Fernandes Telesi

Também característica da performance é a auto-representação. O artista representa algo com base em si mesmo, escolhendo a si prórpio como contexto para o trabalho artístico.

Silvia Fernandes Telesi,   p.5,    DT 3876

1990

Silvia Fernandes Telesi

A performance possui uma estrutura formada por collage onde vários traços convivem por contiguidade e inviabilizam qualquer linearidade temática. (…) O que interessa é constatar a ruptura da performance com a narrativa. (…) Também por isso a performance afirma-se como o discurso da mis-en-scène. Nela, o espetáculo – iluminação, efeitos visuais e sonoros, uso de mídias – passa a primeiro plano.

Silvia Fernandes Telesi,    p.5,   DT 3876

1990

Silvia Fernandes Telesi

Os artistas da performance caracterizam-se como pesquisadores, “cientistas da arte”. Ao desenvolverem suas experimentações chegam a descobertas que são, posteriormente, aproveitadas pelas formas de arte mais tradicionais.

Silvia Fernandes Telesi,    p.7,  DT 3876

1990

Silvia Fernandes Telesi

A performance se constitui como linguagem de soma, atingindo a interdisciplinaridade. (…) No teatro, as artes plásticas, a música e a dança organizam-se todas em função de um texto dramático. Na performance, ao contrário, elas se organizam através de processos de justaposição e conservam sua especificidade enquanto linguagens autônomas.

Silvia Fernandes Telesi, p.4, DT 3876

1990

Silvia Fernandes Telesi

Caracterizamos a performance primeiramente como um código artístico múltiplo, resultante de emissão multimídiadrama, video, imagens, sons – que provoca no espectador uma recepção mais cognitivo-sensorial que racional.

Silvia Fernandes Telesi, p.3, DT 3876

1990

Silvia Fernandes Telesi

 A performance, numa classificação tópica, coloca-se no limiar entre a arte cênica e a plástica. Linguagem híbrida por excelência, conserva características da primeira enquanto finalidade e da segunda enquanto origem.

Silvia Fernandes Telesi, p.3, DT 3876

1990

Silvia Fernandes Telesi

A experimentação de linguagem fazia dos espetáculos [mais interessantes da década de 80] verdadeiros laboratórios de invenção de procedimentos cênicos. Todos tinham em comum a preocupação com o estudo e a pesquisa e denunciavam em cena o intenso trabalho de preparação teórica e prática que, subsidiando-os, fazia deles expressões artísticas de fronteira. Eles escapavam dos limites estreitos de uma arte única e se movimentavam com desenvoltura dentro de um amplo espectro de procedimentos, recorrendo à recursos de teatro, artes plásticas, música, dança, bem como às novas mídias representadas pelo video e por outros meios de eletronificação. Além disso, todos eles apresentavam uma estrutura fragmentária, bastante distante da relativa unidade dramática presente na maioria das peças em cartaz. Procurado uma pista para desvendar esse todo fragmentário de manifestações cênicas, que nos fornecesse um corpo teórico minimamente definido, encontramos a arte da performance.

Silvia Fernandes Telesi, p.2-3, DT 3876

1990

Silvia Fernandes Telesi

A nota mais característica do teatro paulista na década de 80 foi o retorno à expressão individual.

Silvia Fernandes Telesi, p.1, DT 3876

1990