ARTES DE FRONTEIRA hibridismos e experimentações

Uma leitura expandida do material de PERFORMANCE e VIDEOARTE no Arquivo Multimeios do CCSP

Arquivo para laboratório

Silvia Fernandes Telesi

A experimentação de linguagem fazia dos espetáculos [mais interessantes da década de 80] verdadeiros laboratórios de invenção de procedimentos cênicos. Todos tinham em comum a preocupação com o estudo e a pesquisa e denunciavam em cena o intenso trabalho de preparação teórica e prática que, subsidiando-os, fazia deles expressões artísticas de fronteira. Eles escapavam dos limites estreitos de uma arte única e se movimentavam com desenvoltura dentro de um amplo espectro de procedimentos, recorrendo à recursos de teatro, artes plásticas, música, dança, bem como às novas mídias representadas pelo video e por outros meios de eletronificação. Além disso, todos eles apresentavam uma estrutura fragmentária, bastante distante da relativa unidade dramática presente na maioria das peças em cartaz. Procurado uma pista para desvendar esse todo fragmentário de manifestações cênicas, que nos fornecesse um corpo teórico minimamente definido, encontramos a arte da performance.

Silvia Fernandes Telesi, p.2-3, DT 3876

1990

Lygia Arcuri Eluf

Em 1936, Albers chamou seu colega da Bauhaus Xanti Schawinsky para ajudá-lo. Como lhe foi dada liberdade para criar seu próprio programa, Schawinsky logo delineou seus estudos de performances como uma extensão das experimentações que haviam sido feitas na Bauhaus. “Esse curso não é nenhum treino para nenhum tipo especial de teatro contemporâneo; é um estudo geral de um fenômeno fundamental: espaço, cor, forma, luz, som, movimento, música, tempo; é um método educacional que almeja o intercâmbio com as artes e ciências usando o palco como laboratório e lugar para a ação e experimentação; o trabalho que realizamos é um conceito pictórico formal; é um teatro visual”, explicou Schawinsky.

Lygia Arcuri Eluf, p.13-14, DT 3604.

1987