ARTES DE FRONTEIRA hibridismos e experimentações

Uma leitura expandida do material de PERFORMANCE e VIDEOARTE no Arquivo Multimeios do CCSP

Arquivo para prática

Márcia de Carvalho

A tendência do mercado é a expansão. E a expansão do mercado tende a fazer as pessoas criarem mais, pensarem mais, enfim, solidificarem em termos de linguagem e em termos de recursos técnicos. Então, os anos 80 foram anos de aprendizado e os anos 90 vão ser mais de você colocar em prática o que você aprendeu.

Márcia de Carvalho,    p.10,  TR 2132

1990

Silvia Fernandes Telesi

A experimentação de linguagem fazia dos espetáculos [mais interessantes da década de 80] verdadeiros laboratórios de invenção de procedimentos cênicos. Todos tinham em comum a preocupação com o estudo e a pesquisa e denunciavam em cena o intenso trabalho de preparação teórica e prática que, subsidiando-os, fazia deles expressões artísticas de fronteira. Eles escapavam dos limites estreitos de uma arte única e se movimentavam com desenvoltura dentro de um amplo espectro de procedimentos, recorrendo à recursos de teatro, artes plásticas, música, dança, bem como às novas mídias representadas pelo video e por outros meios de eletronificação. Além disso, todos eles apresentavam uma estrutura fragmentária, bastante distante da relativa unidade dramática presente na maioria das peças em cartaz. Procurado uma pista para desvendar esse todo fragmentário de manifestações cênicas, que nos fornecesse um corpo teórico minimamente definido, encontramos a arte da performance.

Silvia Fernandes Telesi, p.2-3, DT 3876

1990

Lygia Arcuri Eluf

Paralelamente a esse lado satírico e quase sempre absurdo de muitas das performances, Schlemmer desenvolveu uma teoria específica sobre performance entre 1911 e até praticamente sua morte [Oskar Schlemmer: 1888-1943] . Ele analisou obsessivamente o problema da teoria e prática que era o ponto central de seu programa educacional. Ele colocou esse questionamento na forma de uma clássica oposição entre Apolo e Dionísio: a teoria era Apolo, o deus do intelecto, enquanto que a prática era simbolizada pelas selvagens festividades de Dionísio.

Lygia Arcuri Eluf  pág 12, DT 3604.

1987