ARTES DE FRONTEIRA hibridismos e experimentações

Uma leitura expandida do material de PERFORMANCE e VIDEOARTE no Arquivo Multimeios do CCSP

Arquivo para registro

Nelson Leirner

O teatro precisa do público pelas reações. (…) Agora, se eu pego e simplesmente me fecho e faço a minha performance, fiz. Há muitos casos nos EUA de artistas fazerem suas performances independente do público, (…) como aquele professor da Universidade de Berkley, de repente saiu da aula de tal maneira que os alunos começaram a acompanhá-lo e ele simplesmente andou e, conforme ele ia andando, os alunos iam acompanhando sem falar nada. Até que eles andaram 12 horas e sobrou só um aluno andando grudado a ele. Isso pra mim é realmente uma performance. E aonde é que a performance pode ter acontecido ? No momento em que houve a documentação, a única coisa que sobrou disso. Não teve público, ou o público foram aquelas 10 pessoas que aconteceram junto, que fizeram a performance também. Mas depois documenta, porque todo artista tem que documentar seu trabalho. 

Nelson Leirner, p.22-23, TR 2025

1985

Gabriel Borba Filho

Em 1970-71, eu fazia algumas coisas num estúdio da TV da ECA com algumas pessoas. Essa coisa veio a ser chamada de videoarte e, muito mais tarde, coisas dessa linha, que eu fiz em 76, 78, é que chamaram de videoperformance. Era uma ação que se desenvolvia entre pessoas, entre pessoas e coisas, num estúdio, e que tinha uma orientação muito clara de ser uma ação para registro televisivo.

Gabriel Borba Filho, p.2, TR 2025

1985

Walter Zanini

A 1ª exposição de 1976 do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, será inaugurada a 18 de janeiro próximo, na Kresge Art Center Gallery, da Universidade de Michigan. (…) Decidiu o Museu enviar uma delegação composta por 15 artistas que pesquisam novos meios de comunicação. (…) Participarão da mostra Anna Bella Geiger, Julio Plaza, Regina Scalzilli Silveira, Cildo Meirelles, Barrio, Carlos Zilio, Gabriel Borba, Artur Matuck, Marcello Nitsche, José Roberto Aguilar, Paulo Herkenhoff, Ivens Machado, Bené Fonteles, Sonia Miranda e Gabriel Georges Bonduki. (…) Nenhum deles está imobilizado em determinado tipo de técnica. A maioria propende para os processos que estão redimensionando a fenomenologia da imagem, ou seja, aqueles que se desenvolvem no tempo. Mas a instauração da mensagem no espaço é sempre objeto de preocupação para todos. Eles utilizam a fotografia, o silk-screen e outras modalidades de impressão, o filme 8 mm, o diapositivo e raramente, por hora, o vídeo, pesquisando suas disponibilidades expressivas intrínsecas ou valendo-se deles como registro de ação. Nesta atividade dialetizam o conhecimento intermitentemente construtivo/destrutivo da época que vivemos.

Walter Zanini, p.1-2, DT 2600

1975