ARTES DE FRONTEIRA hibridismos e experimentações

Uma leitura expandida do material de PERFORMANCE e VIDEOARTE no Arquivo Multimeios do CCSP

Arquivo para sensibilidade

Lygia Arcuri Eluf

Objetos e materiais tornavam-se protagonistas metafóricos nas performances de Joseph Beuys. Na Galeria Schmela, em Düsseldorf, em 1965, Beuys, com a cabeça coberta de mel e folheada a ouro, caminhava silencioso pela exposição de seus desenhos e pinturas carregando uma lebre morta no colo. Então, sentou-se num banco num canto escondido e começou a explicar ao animal morto o significado de seus trabalhos: “porque eu realmente não gosto de explicá-los para as pessoas” e “mesmo numa lebre morta existe mais sensibilidade e conhecimento instintivo que em alguns homens com sua racionalidade ‘stubborn’ [obstinada]”.

Lygia Arcuri Eluf,   p.24, DT 3604.

1987

Walter Zanini

Sua atuação [do videoarte] tem-se revelado freqüentemente na direção de uma análise da própria sensibilidade, de um auto-estudo ou na investigação crítica da realidade social, onde procuram trazer com sua imaginária uma contribuição e interferência nos contextos de vivência massificada. A desalienação do indivíduo diante das pressões que estreitam sua consciência tem constituído uma de suas intenções essenciais, e nesse sentido a imagem eletrônica que realizam configura-se enquanto uma contratelevisão.

Walter Zanini – I encontro internacional de Videoarte de São Paulo. CA810

1978